quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sobre o tempo.

O tempo está próximo, frio, aguado. 
Grande demais para deixar-me em paz, pequeno demais para ser proclamado por ai.
Imagina?! Esse tempo bobo não pode passar-se por problema em um mundo assim, caído.
Quem ouviria minhas dúvidas, e como eu mesmo poderia professá-las? 
Logo ali, Seu José, Seu Cícero, Menino William, tirando a dúvida por vida a cada dia e ainda assim com  muita história. 
Tem gente com fome, e a conjuntura de Solano Trindade é morta.
Tem gente percebendo o tempo de modo tão concreto,
que a minha vã melancolia jamais poderia contempla-los.

Quem falaria sobre falta de disciplina,
em um tempo de cabeça latejante com ganho de causa?

Quem falaria sobre a segurança das companhias,
em um tempo em que respirar não é seguro?

Quem falaria sobre bem-estar? Sobre reformar, reavivar?

Todos calados, eu preciso ouvir o meu próprio silêncio. 
Ele é o oposto de mim.
Sempre tão corajoso; 
sempre tão certo e disposto a esconder-me.


  

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