domingo, 30 de janeiro de 2011

Quase Morte, Boa Sorte.

Viver é fácil, é raro, é breve... É como se perder.
Não se sabe muito bem o que é estar vivo até que se esteja morto ou perto de um morto... Nessa hora o  morto torna-se a sua possibilidade de morrer. Ele é maior que o mundo todo. É maior que todo o resto.

Um morto, sem nome, estirado na frente da caixa econômica, durante mais de 1h, sem isolamento. Tinha nome, tinha família, tinha amigos, talvez filhos... Talvez nada disso. Trabalhador ou criminoso,  ele me importa, passou a me importar...
Vale o meu estado de choque, o meu estado de sitio e o meu estado de lagrimas; vale quase tudo... 
De fato a vida não se parece com o CSI...

E o que se deve considerar? 
É o que se vive? O que se tem? A sua fome? A sua sede? 
Suas palavras não ditas? Seus convites recusados?

Morreu-se...

E todos prometeram a partir dai viver de outro modo, pensar diferente e ir além? 

Nós que temos famílias e planos, não usamos drogas, e que nos consideramos tão distantes de crimes passionais marcamos essa data, em memória de todos os sem- nome, hora vivos, hora mortos do mundo todo.

Um comentário:

LuCaSs. disse...

Eu estava lá. Eu vi a morte, vi o morto, vi as pessoas e o desespero.Mas eu não senti como eles sentiram... Teve um momento inicial de autopreservação, preocupação com os amigos, avaliar os danos... Mas depois de tudo era apenas mais um homem morto. Foi como ver uma folha cair no chão coberto de folhas da mata. Natural. Simples.